Primeira prefeita da história de Ribeirão Preto, Dárcy da Silva Vera nasceu em 1967, época em que o Brasil vivia a ditadura militar. Mas, na infância, seu maior problema não foi a política. Foi a sobrevivência. Menina pobre, filha de trabalhadores rurais, começou ainda pequena na lavoura de algodão nas redondezas de Indiaporã (SP), cidadezinha hoje de 4 mil habitantes. Veio para Ribeirão Preto atrás de chances e trabalho. E sofreu na cidade grande. Foi empregada doméstica, cozinheira de restaurante, babá e vendeu panelas de porta em porta.
Quando se empregou como telefonista na rádio Conquista, sonhou em ser locutora. Antes, porém, teria que cursar jornalismo. Foi à luta, quase obteve o diploma e chegou a trabalhar como rádio-escuta na EPTV. Um dia ganhou a chance de comandar um programa e se tornou locutora de programa sertanejo.
Em 1995, com a cassação do então vereador Fernando Chiarelli, assumiu a cadeira e não deixou mais a Câmara. Foram mais três mandatos seguidos pelo PFL, hoje DEM. Nesse período, adotou dois filhos e tornou-se mãe de outros dois: Melmoara, Vitória, Leandro e Mônica. É casada com o publicitário Mandrison de Oliveira.
Cor-de-rosa
Passou a comandar programas na televisão, depois de ter aberto lojas pintadas de rosa e vendido roupas, xampus, cremes e batons. Trabalhou com organizações não-governamentais, promoveu casamentos coletivos e distribuiu sopa, cadeiras de roda, brinquedos e dentaduras.
Tachada como assistencialista, costuma responder com uma frase de efeito: “Jesus Cristo foi o maior assistencialista do mundo”.
Apoiada no trabalho social, transformou-se deputada estadual com expressiva votação: mais de 140 mil votos. Lançou-se, em 2008, candidata a prefeita, fazendo uma das maiores costuras de partidos de toda a história política da cidade. Arrebanhou, para fechar com o DEM, mais 12 partidos: PMDB, PPS, PV, PR, PHS, PMN, PRTB, PSL, PTN, PSC, PRB e PT do B.
A disputa na cidade teve acusações pesadas e o afastamento de dois pré-candidatos: Fernando Chiarelli, que perdeu a convenção do PTB, e o prefeito do Campus da USP, José Aparecido da Silva, que queria disputar pelo PPS. Chiarelli se tornou inimigo de todas as horas. Já Silva aderiu a Dárcy.
A campanha de Dárcy foi coordenada pelos publicitários Marcelo Simões e Marcelinho Simões, pai e filho. “A gente muda pouca coisa, nela, só pontua o tom. Ela já vem pronta”, afirmou Marcelo em setembro.
Fontes:
Charge de Renato Andrade http://www.jornalacidade.com.br/charges/?id=400
Materia Jornal A Cidade 06/10/2008 http://www.jornalacidade.com.br/noticias/73035/da-lavoura-de-algodao-a-prefeitura.html
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