terça-feira, 4 de dezembro de 2007

"...nada se cria, tudo se copia"

A analogia está até meio desgastada, mas é perfeita! O Google é o Oráculo contemporâneo. Ele responde qualquer coisa, qualquer coisa! Duvido que o Oráculo de Delfos (se não levarmos em conta as festas com as sacerdotisas embriagadas) era tão bom quanto este. Sabendo perguntar e sabendo um mínimo de inglês instrumental, o mecanismo de busca encontra resposta até para a questão da vida, do universo e tudo mais.Que dirá o auxílio que ele presta para um trabalho escolar, trabalho acadêmico, uma monografia, uma dissertação e uma tese. Auxílio aqui é eufemismo pois um copiar + colar resolve o trabalho inteiro. Quem precisa escrever alguma coisa? Já está tudo lá.Tenho sofrido e me decepcionado, como muitos colegas professores, na correção de monografias e trabalhos. É uma epidemia de plágios! Na devolução dos trabalhos e orientações de monografias, após afirmar com veemência que plágio dá cadeia, pacientemente explico aos criminosos: "A cópia de qualquer trecho é plágio. A cópia de qualquer trecho com aspas e menção da fonte é citação. Chamamos um bom número de plágios de lixo. Chamamos um bom número de citações de pesquisa. O que custa citar e comentar o trabalho alheio?".Mas é claro que a raízes do problema são mais profundas que a simples "preguiça mental" do aluno. Esta epidemia é herança da velha concepção conteudista de Educação que ainda afirma: "fechem os livros que vamos começar a prova". Ou seja, decorem e depois podem esquecer.Não há qualquer diferença entre copiar um verbete dos tomos vermelhos desbotados da Barsa e o modernoso CTRL C + CTRL V, embora hoje existam escolas que pedem trabalhos manuscritos acreditando que, ao menos assim, os alunos lerão o que estarão escrevendo. Para todo e qualquer problema prático, teórico e profissional a resposta deve ser abrir os livros, buscar sites confiáveis, recorrer, enfim, à literatura e reler a problemática à luz desta teoria. Opa, a reflexão e a contribuição pessoal sobre o conhecimento socialmente construído permite que, numa outra desgastada porém efetiva analogia, subamos nos ombros de gigantes.A Educação deve promover a reflexão para que assim os alunos não realizem plágios, mas queiram enxergar horizontes mais longevos. Que belíssimo!Agora, para aqueles alunos que, apesar disto, ainda insistam em continuar encarando a Educação como uma prestação de serviço e sentindo-se no direito de comprar suas monografias ou consultar o oráculo sem citar fonte, há uma solução para facilitar a vida do professor!Colega, você não precisa mais recorrer ao mesmo oráculo e digitar cada frase que considerar suspeita no trabalho de seus alunos. Existe um programa que faz isto automaticamente e tem me ajudado tanto que merece uma propaganda gratuita.O Farejador de Plágios é um software desenvolvido pelo Engenheiro da Computação Maximiliano Zambonatto Pezzin que procura na internet todas as frases presentes em um arquivo de Word e dá uma boa indicação de onde estão as citações/plágios. A versão shareware pode ser baixada gratuitamente e já quebra um bom galho.A tempo, a frase que dá título a esta postagem é do saudoso (!) Aberlado Barbosa, o Chacrinha, que, prafraseando Lavoisier, referia-se à televisão. Pena que ele não conheceu a internet.

fonte [internet, nao lembro o link, a energia acabou e o texto ficou salvo no rascunho, quem for dono pode reinvidicar os direitos autorais]

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